É preciso não esquecer nada:
nem a torneira aberta nem o fogo aceso,
nem o sorriso para os infelizes
nem a oração de cada instante.
É preciso não esquecer de ver a nova borboleta
nem o céu de sempre.
O que é preciso é esquecer o nosso rosto,
o nosso nome, o som da nossa voz, o ritmo do nosso pulso.
O que é preciso esquecer é o dia carregado de atos,
a idéia de recompensa e de glória.
vigiados pelos próprios olhos
severos conosco, pois o resto não nos pertence.
(Cecília Meireles)
Um comentário:
Vou te contar um segredo. Leio esse poema da Cecília e a única coisa que não consigo fazer é deixar de esquecer. Esqueço de largar o amor que machuca, essa folk music que me engole e assim eu sigo.
Mas o poema é belo.
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