quinta-feira, 9 de outubro de 2008

Perdão. Perdão. Perdão. Foi o começo da madrugada. A luz, longe acesa, e o som da televisão da vizinha cantando alguma música antiga. Não parou de pensar um minuto, entre sorrisos desentendidos e frases mal elaboradas, conseguia assimilar muito pouco de tudo o que acontecia na sua frente. É o momento. Tantas cenas repetidas passeando pela memória. Conseguia sentir muita saudade de tudo, nostalgia e pura ansiedade. Seria melhor dormir, mas a cama multiplicava as indagações. Pela sacada, a cidade adormecia... Observando algumas luzes acesas, vários andares, ao longe, já adormeciam, mas alguns ainda persistiam, e talvez também experimentem da sua agonia. Tudo perde o sentido. Tudo fica sem nexo. Tudo que se viveu, o que ainda está porvir... pairo no ar, flutuo no semi-nada. Tudo tão exagerado. Nada de novo. Nada, de novo. Talvez o sono chegue, talvez o amanhã... talvez... talvez... Defeitos. Complicações. Não dá para ouvir Bob Dylan e se embebedar de café várias noites insones e nubladas. Checa-se com cuidado. Pede-se amor. Amor na vida, na poesia, nos livros, na cama, nos cuidados. Dá-se valor. Nessas noites procuro o que sobra de mim. Nada de espelhos. Amanhã eu prometo. Sem perdão.
The answer, my friend, is blowin' in the wind
The answer is blowin' in the wind

Um comentário:

Clareana Arôxa disse...

é muito bom estar por aqui e ler tuas confissões silenciosas.
brilha, menina, brilha!