segunda-feira, 24 de maio de 2010

2105100003


a falta de sono me devora madrugada a dentro.construo diálogos intermináveis comigo mesma.tenho olhado pra você e tenho me visto.eu não tenho escolhido.tenho pensado, desejado.tenho reprimido, sufocado.virei vários restos de madrugadas cerrando os olhos e te desenhando na minha frente.a noiva morreu.sonhei com seu vestido queimado e seu buquê murcho compunha o resto do espaço.quem me jogou?você é cheiroso.toda vez que sinto você ao meu lado penso que você é cheiroso, perfumado não, cheiroso, o seu cheiro me embriaga.decifrar qualquer possibilidade.não, não é isso que eu quero.quero encontrar um meio de ir mais longe.ir mais longe por amar você.porque não tenho mais o chão apoiando meus pés.não pousarei tão cedo.será que o único caminho é ir?tudo vai fazer sentido depois que passar e eu perder a carona pro lado de lá?desejo.desejo.desejo.fico com a mala pronta todos os dias.quero ir.talvez eu esteja com a passagem nas mãos.ando nua nas ruas.usei roupas tanto tempo.estou um pouco assustada.acho que estou nascendo.lentamente.será que me permito?será que posso escolher?a mulher está imperfeita.será que estou vivendo a ilusão da necessidade?não quero ser cruel.apenas verdadeira.

2 comentários:

Fransérgio disse...

Não tinha vindo aqui antes / a verdade arredia da delicadeza transgressora / great -- deixe que a nau dos isensatos aporte longe de ti - e afaste-se de humanas querelas / voáras por ti!!!!!
bjs admirados!!! belo escrito!

Velharia disse...

Verdade e crueldade são distantes, poesia que expressa verdade é verdade, crueldade que expressa poesia, é poesia.