segunda-feira, 12 de outubro de 2009

RIVAL

Se a lua sorrisse, pareceria com você.
Você também deixa a impressão
De algo lindo, mas aniquilante.
Ambos são bons em roubar luz alheia.
A boca da lua se lamenta ao mundo; a sua não é insensível,

E seu maior dom é fazer tudo virar pedra.
Desperto num mausoléu; você está aqui,
Tamborilando na mesa de mármore, procurando cigarros,
Malicioso como uma mulher, não tão nervoso assim,
E louco pra dizer algo irrespondível.

A lua, também, humilha seus súditos,
Mas de dia ela é ridícula.
Suas insastifações, por outro lado,
Chegam pelo correio com regularidade encantadora,
Brancas e vazias, expansivas como monóxido de carbono.

Nem um dia se passa sem notícias suas,
Passeando pela África, talvez, mas pensando em mim.

Sylvia Plath - Ariel - Tradução de Rodrigo Garcia Lopes e Maria Cristina Lens de Macedo
Poema retirado do livro ganhado com muito amor e cuidado, livro esperado como um filho! Obrigada!

Um comentário:

thiago di guerra disse...

livro dado à mininamulher AnA...
com muito amor e carinho...para que toda a beleza e poesia destas palavras possam tocar e retocar esta alma lirica...
Amo a cada dia estas viagens profundas ao interior d'EU-TU..um barco que navega entre nossos corpos e pensamentos...amalgama de sentimento e poesia. Liricidade.
ANAZUXA...
THIXAZU..
AMO.