sexta-feira, 17 de abril de 2009

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pude andar por lá. no momento em que o grito ia nascer, a fonte esbanjou água e por detrás das lentes mornas do meu óculos pude libertar as mesmas antigas e cansadas lágrimas, sentia escorrer entres os dentes aquela mesma dor, que até hoje não se sabe se é dor ou saudade, tristeza ou apego ou qualquer outra coisa que é memória, viva ou morta que chega assim e mais tarde vai embora e nem mesmo se despede. em frente a porta eu enxergo meu rosto refletido naquele espelho, acima aquele quadro, com aquele mesmo poema que diz: "...este é o nosso destino: amor sem conta... doação ilimitada..." destino? amor? ilimitado? posso pintar minhas noites, memórias e depois o sono, que é igual onda de mar que leva tudo, mas quase sem querer cospe algumas partes de volta, cospe assim, nesse espaço, entre a porta e o espelho, entre o novo e o apego. E se. Mais que. Só. Sempre não é sempre, nem hoje, nem ontem, nem sempre será.

Um comentário:

Narradora disse...

Sabe, acho que não é o sono que devolve as coisas pra gente, mas a gente é que esquece de larga-las.
Belo como sempre.
Bjs