penso nos impossíveis
meus olhos seguem todos os movimentos
o filme passa
ligo o som
canto e danço
olho fixamente para os meus pés
eles me transportam para dentro da minha vida
eles percorrem meus sentimentos
meus pés.
é que muitas vezes eu tenho medo
o que eu mal imagino é o sentido de hoje, amanhã e depois
já me perguntei várias vezes:
o tempo se conta em que?
eu uso um calendário diferente
é desconfortável sentir passado
dói
fazia tempo que eu não enxergava amor assim
quando falta amor de amor
a gente enxerga carinho no livro
na sombra
é que agora agora deu vontade louca de sentir pele
chorar e contar respiração
é domingo. é silêncio.
queria por os pés no asfalto molhado
ficar no meio da rua coberta de neblina
aqui do alto eu rasgo o peito
buscando vida
buscando chance
volto ao gole de coisa quente
pra juntar-se a mim
me chama de Ana
agora
eu me repito coisas tão absurdas
eu tenho muito respeito pelo que vive dentro de mim
preciso refazer o sono e o sonho
viver morrida em noites silenciosas como essa
me assusta
3 comentários:
Lindo poema!
Sentimentos em latência, vida no peito pedindo pra sair e ganhar o mundo. Adorei o escrito, belo e forte.
Beijos.
Lindo mesmo!
Demorei, mas cheguei. Adorei a casa nova, mais lírica, mais séria.
Beijo meu, moça.
Ana, sem palavras
tua poesia cresceu, e saibas bem que eu sei de cada verso aqui escrito e sinto o mesmo
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