domingo, 12 de outubro de 2008

smoke much

Iluminada pela lua. Eu, fazendo várias perguntas. Tudo parece tão efémero. Esse sentimento é o que me invade nessas horas de silêncio e "solidão". Hoje eu tomei um banho bem gelado de cachoeira, andei no mato, e vi quando o sol se pôs e deu lugar para essa lua linda aparecer. Um descanso na minha loucura. Eu já sei que não adianta nada disso, porque meus pensamentos me perseguem por onde eu vou. Muitas vezes, me encontro sozinha na minha memória. É como se as lembranças fossem só minhas, cada detalhe, eu consigo guardar qualquer mínima expressão. Dias atrás eu comentei como me sentia perdida no tempo, sentada no tapete da sala, eu falava, falava, ria, discursava mais uma vez sobre minhas "teorias" sobre o tempo, a memória, a saudade... eu sei que não sou a única, esse sentimento que parece tão particular, é semelhante ao de alguém por aí nesse mundo tão grande. Mas agora, eu procurava um significado para isso que se passa aqui dentro, no peito. Traz um sorriso bobo, uma expressão de saudade. O cheiro da noite está me fazendo bem, e a lua é tão clara, queria ser tão clara assim, ela me passa tanta força e segurança. Andei conversando com as estrelas ontem a noite, já fazia um bom tempo em que eu não pensava sobre isso, mas ontem foi diferente, e hoje eu consigo me sentir exatamente como eu me sentia há um ano atrás. Será que isso me faz bem? Algo sobrevive, já faz tempo, e com tantas tempestades é mesmo uma sobrevivência, que consegue me fazer mais feliz e mais triste ao mesmo tempo. Será que é possível sentir tanta saudade de tudo? Será que faz bem? Ainda vai rolar muita coisa até o sono bater, mas eu já me sinto bem melhor, relaxada... mas o pensamento está lá, tão longe, na curva do outro pensamento, e do outro, e do outro... Euqueroqueamanheçalogo. Depois desse cigarro, quero respirar a noite mais uma vez, e me lembrar amanhã, que hoje a lua estava linda, e que ela me fez infinitamente bem.

5 comentários:

Camilla Tebet disse...

QUe viagem boa entre cachoeiras, lua e estrelas. Saudade, ah, a saudade. É possível sentir tanta sim. Essa sua vontade de ser tão clara quanto a Lua me parece uma saudade de vc mesma ou eu é que estou viajando.
Sabe, às vezes acho que escrevendo as coisas se esclarecem. Assim....

Narradora disse...

Gosto muito quando um sorriso bobo visita o meu rosto... é simples, limpo e inteiro - e cá pra nós, acho que de bobo ele não tem nada :D
Faz tempo que eu não lavo a alma com um banho de cachoeira, deu uma saudade...
Beijos

Letícia disse...

Você não é a única, Ana. Um monte de gente tem essas dúvidas e algumas pessoas até deixam elas bem expostas. Ser viva na memória e saber que coisas são passageiras é prova de maturidade. Pronto. Amadurecemos. Parabéns pelo texto. Verdadeiro, bem escrito e forte.

Bjs.

http://saia-justa-georgia.blogspot.com/ disse...

Adoro sorrir. Embora muitas vezes esteja na maior tempestade...

Estou vindo aqui te convidar para um assunto bem interessante. Quem sabe você também vai aderir. Passa lá no meu blog para saber mais. Acredito que você tenha muita coisa para contar.

Obrigada

Germano Viana Xavier disse...

Então você está viva, Zumpano. É um sinal. Há coração que pulsa e vontade de fazer coisas. Há o dia e a fumaça da tua droga. Há vida. E não sei até onde isso importa tanto. Mas há vida.

Um carinho, sempre.
Continuemos...